
Crises múltiplas estão causando uma piora na recuperação global do mercado de trabalho, revela a Organização Internacional do Trabalho, OIT.
O relatório “Monitor do Mundo do Trabalho” mostra que o número de horas trabalhadas ficou 3,8% abaixo do índice pré-crise (quarto trimestre de 2019). Esse volume equivale a um déficit de 112 milhões de empregos a tempo integral, revela o documento divulgado esta segunda-feira.
A agência da ONU revela que existe um risco crescente de haver ainda mais deterioração das horas trabalhadas em 2022 e um impacto ainda maior no mercado de trabalho durante os próximos meses.
O relatório nota que em alguns países em desenvolvimento, os governos estão “cada vez mais restritos pela falta de espaço fiscal e desafios ligado à sustentabilidade da dívida, enquanto as empresas enfrentam incertezas econômicas e financeiras e os trabalhadores continuam sem acesso suficiente à proteção social”.
Mais de dois anos depois do início da pandemia de Covid-19, muitas pessoas no mundo continuam sofrendo com os impactos dos mercados de trabalho. A recuperação salarial ainda não chegou para a maioria dos trabalhadores.
No ano passado, três entre cinco funcionários viviam em países onde os ordenados ainda não haviam retornado ao nível visto no último trimestre de 2019.
Um dado mais otimista apresentado no relatório está ligado ao aumento das ofertas de emprego nas economias avançadas, mas a OIT pede cautela, destacando “não haver nenhuma evidência forte de aquecimento do mercado laborado, justamente devido ao grande número de pessoas desempregadas”.
A agência nota que as pessoas que trabalham na economia informal acabam sendo ainda mais afetadas por interrupções na produção e no comércio que estão piorando com a crise na Ucrânia. Isso porque a alta no preço dos alimentos e das commodities está prejudicando de maneira mais acentuada a famílias mais pobres e aos pequenos comerciantes.
Fonte: ONU News